terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Hanna



Hanna é um estranho filme de ação. Mas no melhor sentido da palavra. É original, inventivo, conta com locações sensacionais. Pelo menos uma brilhante sequência de perseguição. Uma trilha sonora excitante feita pela dupla Chemical Brothers. E é dirigido por Joe Wright, conhecido pelos sgitadíssimos... Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação.

Oi?, você pode dizer. É isso mesmo. Após ver o filme, li no IMDb que o projeto originalmente seria dirigido por Danny Boyle. Faz mais sentido. Mas fico feliz que Joe Wright tenha entrado na dança. Primeiro, porque ele prova que seu imenso talento vai além dos filmes de época. Segundo, porque ele traz ao filme uma atmosfera peculiar. As cenas com edição frenética aparecem nos momentos exatos. E há um calor humano diferente de Quem quer ser um milionário, por exemplo. Aqui, importa menos por que os personagens agem como agem, e sim a relação entre eles.

Temos a jovem Hanna (Saoirse Ronan) e seu pai (Eric Bana), que moram numa floresta gelada na Finlândia. Desde o início, Hanna é um personagem único: treinada pelo pai a falar várias línguas, utilizar o arco e flecha e se defender numa luta, ela no entanto não sabe o que é música. Desde o início somos arrebatados por essa loirice misteriosa. E há Marissa Wiegler (Cate Blanchett), uma agente secreta motherfucker que de alguma forma está envolvida com os dois.



O filme é uma espécie de Jason Bourne + Kill Bill, juntando a universalidade dos filmes da série Bourne (Hanna passa por pelo menos dois continentes) e os visuais e a sede de vingança da Beatrix Kiddo dos filmes de Tarantino. O grande diferencial, no entanto, é o talento de Saoirse Ronan. Ela não é somente brilhante; ela é crível. Acreditamos que ela tem toda a força física, e determinação, para fazer as coisas que ela faz. E nos momentos mais calmos, toda a inocência e ingenuidade de Hanna afloram. Desde já ela é uma das grandes heroínas do cinema de ação dos últimos tempos.

É um pecado que Hanna tenha saído no Brasil direto em DVD. O filme é um prazer para os olhos - principalmente durante o clímax em um parque inspirado nos Irmãos Grimm - e para os ouvidos (não consigo parar de ouvir a trilha dos Chemical Bros.). É um filme para ser descoberto, e adorado. E revisto!

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