segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Contra o Tempo (Source Code)



Contra o Tempo começa com uma série de imagens maravilhosas de uma cidade americana. Fiquei imediatamente arrebatado com aquela cidade cheia de canais e arranha-céus. "Que cidade é essa?", pensei, do alto da minha falta de conhecimento. Era Chicago, alvo de um ataque terrorista que matou todos os passageiros de um trem. E é a missão de Colter Stevens descobrir quem é o responsável pelo ataque. Em oito minutos. Antes que uma série de ataques faça mais vítimas em Chicago.

Com aquelas imagens sensacionais da cidade, o filme arrebata o espectador de cara. O diretor Duncan Jones tem um olho fantástico para o visual (o que pode fazer toda a diferença num filme de ficção científica). Mas, graças a Deus, os talentos de Jones não param por aí. Contra o Tempo é enxuto, é tenso, e é extremamente bem atuado. Jake Gyllenhaal é a escolha ideal para o papel. Jeffrey Wright está impecável como sempre. E Vera Farmiga é o retrato da burocracia (a princípio), e vai aos poucos revelando todos os conflitos de ser o "rosto" responsável pela vida de Colter Stevens.

E quando Contra o Tempo vai caminhando para o fim, você vai percebendo que o filme é uma espécie de irmão de Agentes do Destino, com Matt Damon e Emily Blunt. É uma ficção do amor. O auge ocorre em uma das cenas mais belas de 2011: uma cämera percorre todos os passageiros do trem, em modo de pausa, e escancara o coração do filme. Mais do que uma ficção muito bem realizada, este é um filme cheio de fé e amor pela humanidade. E nesse momento a obra me ganhou por completo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Amizade Colorida (Friends With Benefits)



Falar durante o sexo pode ser uma delícia - desde que feito da maneira certa. Tem que saber falar, com quem falar, e em que situação falar. Os protagonistas de Amizade Colorida adoram falar durante o sexo. E como falam. Só que não é excitante. Nem um pouco. E olha que estamos falando de Justin Timberlake e Mila Kunis - lindos, gostosos, bundinhas apetitosas. Mas é tanto pedido, tanta restrição ("Beije meu queixo" "Não encoste nos meus mamilos" "Acaricie minha nuca") que o tesão vai pelo ralo.

Tá, eu sei, a ideia é fazer rir e não necessariamente excitar. Mas talvez esse seja meu problema com o filme: preferia uma comédia mais safada. Os diálogos são tão espertinhos, tão cool, que às vezes o casal parece não existir de verdade. É uma série de páginas de frases de efeito. Quando em doses homeopáticas, funciona muito melhor - por isso os coadjuvantes Patricia Clarkson e Woody Harrelson roubam todas as cenas em que aparecem.

O filme do diretor Will Gluck, A Mentira (Easy A) também é recheado de diálogos espertos. Mas funciona porque a protagonista é sensacional, cativante, charmosa. Mila Kunis também é tudo isso, mas tem que dividir a cena com Justin Timberlake... que, ok, é esforçado e carismático. Mas é tão nítida a diferença entre os dois: Mila é toda natural (alô, garota da laje revoltada!), espontânea, faz tudo parecer facílimo. Já Justin está sempre querendo jogar um pouco daquele charme SexyBack no filme, introduzir a persona Justin Timberlake em vez de atuar em tempo integral.

No fim das contas acho que gostei mais de Sexo sem Compromisso, o mesmo filme só que estrelado por Natalie Portman e Ashton Kutcher. É menos inventivo e mais formulaico, mas me deixou mais com aquela sensação de "aaaah, eles TÊM que ficar juntos". Nesse Amizade Colorida, mesmo com a ajuda da excelente "Closing Time" do Semisonic, eu não estava muito interessado no desfecho. Que tal fazer um filme com Emma Stone e Andy Samberg, que aparecem no início da história como os ex? Esse eu veria mais animado ainda.