quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Não são só memórias



Ouvindo esse disco da Elba Ramalho, Coração Brasileiro, tantas memórias da minha infância retornam. Memórias do vinil, de virar o lado do disco. De olhar a contracapa e me divertir com as várias Elbas (precursora de Strange Little Girls, da Tori Amos, como eu costumava brincar com um amigo). Ficar emocionado com a "Canção da Despedida". Ficar feliz porque ela cantava "Ai que saudade de ocê", em vez de "você". E memórias de como eu achava intrigante que a faixa que dava nome ao álbum tinha somente 15 segundos!

Meu pai uma vez me disse que, por mais que a gente mude com o passar dos anos, aquilo de que gostávamos na infância vai estar sempre lá, num lugar reservado e particular. Intocável. Talvez a gente sinta vergonha, mas quem for honesto consigo mesmo vai sentir uma coisa boa, uma mistura de alegria, melancolia, êxtase. Foi o que eu senti ouvindo esse disco da Elba, que finalmente consegui em CD (obrigado, Anderson).

E quem sabe, às vezes quem ouvir também dê uma choradinha ouvindo os seguintes versos de "Ai Que Saudade De Ocê":

E se quiser recordar
Aquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caía no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer?
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é d'ocê

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