quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O Procurado (Wanted, 2008)

Angelina Jolie tem uma qualidade provavelmente única no cinema atual: quando ela aparece em cena, faz com que todos os outros seres humanos desçam um degrau em qualquer escala que seja. Quando ela, aqueles olhos e aquela beiça magnífica, surgem na tela, ela parece ser melhor que toda a humanidade. Mas Angelina é assim não porque seja lindíssima, sexy, foda, tatuada e tudo o mais - ela é assim porque é tudo isso, sabe disso e ainda assim é uma pessoa legal. Ao menos parece ser, em entrevistas e etc. que eu li. Ela tem a aura das mulheres inatingíveis, mas pode muito bem não ser.



Quando La Jolie surge em cena em O Procurado, exatamente na cena acima, o cinema inteiro se comoveu em uníssono: ali estava Ela. Juro que foi uma sensação sentida por todos, homens e mulheres. Não é uma entrada triunfal do modo como estamos acostumados a usar a expressão "entrada triunfal", mas é magnífica de qualquer forma, porque é uma entrada plenamente consciente do seu impacto. Pra mim, honrou a entrada de Orson Welles em O Terceiro Homem, provavelmente a melhor aparição inicial de um personagem em toda a história do cinema.

Bom para O Procurado (e bom para mim) que o resto do filme faça jus à força natural de Jolie. Temos James McAvoy perfeito no papel de "loser" que se descobre dono de um dom único. Temos Morgan Freeman com toda a sua elegância. Temos cenas de ação sensacionais (o acidente de trem é provavelmente a melhor sequência de ação do ano). Temos muita aventura de desafiar as leis da física, de fazer os chatos resmungarem, "Fala sério" e as eternas crianças se maravilharem. Resumindo após três parágrafos, O Procurado é Hollywood, cheio do que Hollywood sabe fazer de melhor. Tudo isso dirigido por um russo. Provavelmente é ótimo por essa razão.