domingo, 21 de março de 2010

Lembranças (Remember Me)

Há pelo menos duas formas de discutir Lembranças: uma é falar do filme em si. Outra é falar do filme a partir do final, final tão odiado pelos críticos americanos, tão desprezado.
Prefiro falar do filme em si.



Assim como boa parte da população, eu tinha decidido não assistir esse filme porque achei que seria um veículo besta pro Robert Pattinson. Mas uma crítica intrigante do site Rope of Silicon me chamou a atenção. Obrigado, Brad do Rope of Silicon, por me fazer ver o filme que, até agora, é disparado o mais surpreendente do ano.

Fui ver sem saber do que se tratava, e por isso vou falar só o básico. Há Tyler (Pattinson), 21 anos, filho de pai rico e distante, perdido na vida. Há Ally (Emilie de Ravin), 21 anos, marcada pelo assassinato da mãe e pelo pai superprotetor. Há o encontro dos dois, há um relacionamento, há duas famílias com traumas e tristezas. É isso.

Desde o início o filme me prendeu. Não sei explicar o porquê. Os personagens, mesmo quando falam de forma eshpertinha e nada realista, são críveis e cativantes. Assim como o romance do casal. E a dinâmica entre o casal e os coadjuvantes, principalmente entre Tyler e sua irmã caçula, provoca momentos brilhantes - é uma bela atualização de "O Apanhador no Campo de Centeio".



Lembranças não é filme feito pra fãs de Crepúsculo. É, de certa forma, lento. E lida com temas bem mais pesados que a saga vampiresca: suicídio, assassinato, culpa, arrependimento, relações familiares abaladas. Apesar de trilhar caminhos bem conhecidos, é um filme meio estranho. Conseguiu mexer comigo de forma que poucos filmes conseguiram, nos últimos tempos. Era como estar numa roda de pessoas que você acabou de conhecer. Pessoas interessantíssimas, que podem até falar algumas coisas bobas às vezes, mas que te deixam o tempo todo compenetrado, feliz por estar compartilhando aqueles momentos.

E o final? Claro que não vou revelar aqui. Mas o que o final fez, para mim, foi colocar histórias de umas poucas pessoas num contexto mais amplo, somente isso. É triste, é muito triste. Mas como diz a clássica frase de Magnolia: but it did happen.

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