segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Os melhores filmes de 2009


20 >> O Visitante (The Visitor)
Thomas McCarthy tem apenas dois filmes no currículo; os dois são tão bons que já estou ansioso pelo próximo. Tanto O Agente da Estação quanto este O Visitante são daqueles filmes pequenos, escorados em atores talentosos e quase desconhecidos. O eterno coadjuvante Richard Jenkins ("Ele está me possuindo, Clyde!"; viva As Bruxas de Eastwick!) finalmente foi reconhecido pela atuação como o professor solitário que acaba se envolvendo com um casal de imigrantes ilegais. Trabalhando com uma série de "grandes temas" - solidão na meia-idade, a surpresa de descobrir uma motivação em meio a uma vida vazia -, McCarthy nunca cai no melodrama nem no lugar comum. E aquele tambor tocado furiosamente por Jenkins no final é uma das melhores representações da raiva diante das injustiças da vida.


19 >> Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road)
É muito irônico, e divertido, ver que o projeto que reuniu Leo & Kate é um estudo sobre um casal se desintegrando - isso porque eu amo Titanic! "Divertido" só na teoria, já que Foi Apenas um Sonho não tem nada de divertido. Mesmo as saraivadas de verdades disparadas pelo vizinho perturbado (Michael Shannon), a princípio engraçadas, acabam atingindo lá no fundo justamente porque são verdades. Tanto DiCaprio quanto Winslet se entregam de corpo e alma aos seus papéis; dói ver a total incompatibilidade entre o otimismo de Frank e a frustração de April. O filme faz sucesso porque tem os dois pés fincados na vida real - mas não é devastador ver os planos de uma vida nova ficarem cada vez mais distantes? Beleza Americana my arse: agora sim Sam Mendes pode dizer que realizou um grande filme.


18 >> Dúvida (Doubt)
Teatrão filmado? Com certeza. Mas isso não necessariamente significa uma crítica. Quando um filme oferece não duas, nem três, mas quatro atuações de tirar o fôlego, do que reclamar? Tá, eu não gosto da última fala dita por Meryl Streep; acho que enfraquece o personagem e busca a simpatia do espectador no último segundo. Mas este é um caso raro: Meryl nem é dona da melhor atuação do filme! Temos Viola Davis e sua única cena - mesmerizante, inesquecível. Temos Philip Seymour Hoffman, um exemplo de reserva; é admirável como, nos duelos de acusações com Meryl, ele não plante a mão na cara da Irmã Aloysius. E temos Amy Adams, na minha opinião dona do personagem mais difícil. Ela é o elo com a platéia, dividida sobre em quem acreditar. É muito mais do que chorar e tremer: é uma vida inteira de convicções que pode mudar ali mesmo. Material fortíssimo, e Dúvida é um filme forte.


17 >> Arrasta-me Para o Inferno (Drag Me to Hell)
Oi, Sam Raimi! Como eu adoro Homem-Aranha 3, nem vou dizer que Arrasta-me Para o Inferno é um retorno à boa forma, ok? Mas não dá pra negar que é uma delícia ver o diretor mostrando que, além de Wes Craven, ninguém mistura terror e comédia tão bem quanto ele. E o melhor: mesmo o humor é especialmente dedicado aos fãs de filmes de terror, já que envolve substâncias gosmentas, olhos na comida e o assassinato de um inocente gatinho. A fofa Alison Lohman está hilária (as caras dela na sequência do jantar em família são impagáveis) e come o pão que Lamia amassou - há muito tempo uma personagem não tinha tantas mechas de cabelo arrancadas! Raimi sabe exatamente o que faz: as cenas de terror realmente dão medo, e geralmente com os recursos mais simples e baratos. Esse é o filme perfeito pra juntar os amigos e fazer uma sessão memorável em casa.


16 >> Harry Potter e o Enigma do Príncipe Mestiço (Harry Potter and the Half-Blood Prince)
Um pensamento recorrente que me vem à mente durante os últimos filmes da série Harry Potter: "Caramba, tem tanto personagem bom, tanta coisa acontecendo, não quero que esse filme acabe nunca!" E não me refiro somente aos truques de mágica, às cenas de perseguição, aos seres fantásticos de Hogwarts. Neste novo Harry Potter, os adolescentes estão todos com fogo no rabo - e além dos inevitáveis momentos de comédia, temos aquelas dolorosas decepções: amores não-correspondidos, inseguranças. E Emma Watson, principalmente, está se tornando rainha dos pequenos-grandes-momentos da série (a cena em que ela senta na escada com Harry partiu meu coração). Claro, ninguém vai ver os filmes da série esperando um drama adolescente; as sequências de ação continuam excelentes - como destaque para a perseguição no meio do mato. Mal posso esperar pelo fim da saga.


15 >> Star Trek
Meu pai é um trekker. Provavelmente por isso, mesmo sem acompanhar a série, sempre tive muita simpatia pelos Star Treks (sem contar que Primeiro Contato é um filme fudido de bom). Então vem J.J. Abrams com o desafio hercúleo de reinventar a série pra toda uma geração CGI. E o danado conseguiu! A começar pela escolha do elenco: Chris Pine e Zachary Quinto não poderiam ser melhores Kirk e Spock; Zoe Saldana, pré-Avatar, responde por alguns dos momentos mais carinhosos da trama; e Anton Yelchin está hilário como Chekov. Star Trek é o perfeito blockbuster com coração: pra cada cena de ação magnífica (a perseguição no meio da neve; a queda livre em direção à plataforma) há uma cena realmente emocionante (Uhura consolando Spock após a morte dos pais dele). Isso porque eu nem comentei do tanto de gente bonita no filme; estou tentando ser menos fútil, sabe.


14 >> Atividade Paranormal (Paranormal Activity)
OS 11 mil dólares mais bem gastos da história do cinema? Provavelmente. Atividade Paranormal me deu os melhores (e maiores) sustos de 2009, além de criar uma tensão absurda com quase nada. É filme pra ser visto no cinema - os pulos na cadeira não vão ser tão altos se forem em casa. Ou talvez sejam (eu é que sou old school e acho que todo filme de terror é melhor na tela grande). O pobre Micah - cético como eu - não podia imaginar o que estava por vir ao decidir instalar uma câmera pra registrar a atividade do título. E Katie é mais do que "pobre"; dá pra imaginar como é passar por essas experiências praticamente a vida inteira? A ideia do diretor Oren Peli é tão básica que dá raiva. Mas o filme não seria nada se não houvesse um verdadeiro talento orquestrando os sustos. Cada barulho, cada rangido de porta, cada grito no escuro vem na hora certa. E aquele final? AI!


13 >> O Leitor (The Reader)
Talvez O Leitor seja o filme com mais defeitos nesta lista. A música é intrusiva, praticamente todas as cenas com Ralph Fiennes são meio sem graça, o final é uma bobagem. Mas quem assiste o filme se vê diante de uma força da natureza, um assombro, uma atuação realmente sem limites. Kate Winslet, dona da carreira mais interessante dos últimos 15 anos, não pede em nenhum momento a simpatia do espectador. Sua Hanna Schmitz é tacanha, meio grossa, não tem modos muito bons. Mas é uma criação tão palpável, tão forte, que eventuais defeitos da personagem deixam de ser defeitos e se tornam características. Quando Hanna chora enquanto assiste a um coral, ela não chora simplesmente: todo o resto de uma armadura desaba ali, aos olhos do espectador. Difícil dizer se é a melhor atuação de Kate. Mas com certeza é uma das melhores da década. O que só mostra como a atriz já se tornou uma verdadeira entidade do cinema.


12 >> Há Tanto Tempo Que te Amo (Il y a longtemps que je t’aime)
Eu deveria não escrever nada sobre esse filme, e simplesmente dizer a todos que assistam a cena em que Juliette (Kristin Scott-Thomas) diz a um empregador o motivo pelo qual ela passou 15 anos presa. Ela não faz drama, ela não é fria. Ela diz o motivo de modo relativamente calmo, mas está lá nos olhos dela: a reação esperada do empregador. A reação de sempre. A revolta. Kristin, atuando em francês, tem uma daquelas raras atuações sem 1% de gordura, sem grandes gestos. E se o filme pode decepcionar algumas pessoas com uma espécie de "reviravolta" no final, dá quase um alívio ver Juliette se desnudando, expiando culpa, expondo sua tristeza infinita. Acompanhada por uma Elsa Zylberstein impecável, Kristin carrega toda a personagem nos olhos cansados. Este é um filme que poderia ser um convite à depressão. Mas é tudo tão honesto que o resultado é muito mais impactante do que uma "mera" tristeza.


11 >> Coraline e o Mundo Secreto (Coraline)
Eu me considero uma pessoa de muita sorte por ter visto Coraline no cinema, em 3D, como ele deve ser visto. E vi duas vezes! Não poderia ter pedido por uma introdução melhor à nova geração do 3D - um subtítulo mais adequado para o filme seria "O Mundo Mágico". Túneis coloridíssimos surgem do nada, um teatro recebe uma platéia de cachorros, ratos de circo apresentam um espetáculo maravilhoso (talvez a cena que mais tenha me deixado feliz em 2009). Na verdade eu nunca fui tão criança este ano do que quando assisti Coraline; eu ria de felicidade pura. Se o filme suaviza várias partes do livro de Neil Gaiman, nem por isso trata-se de um filme "fofo": afinal, não há nada de fofura em um mundo paralelo onde as pessoas têm botões costurados no lugar dos olhos! Coraline é divertido, tenso e acelerado, como qualquer bom filme de aventura. Ou melhor, como os GRANDES filmes de aventura.


10 >> Entre os Muros da Escola (Entre Les Murs)
Tudo que o mundo precisa é de mais um filme na linha Ao Mestre com Carinho. De Edward James Olmos a Michelle Pfeiffer (passando por Lauryn Hill), praticamente todo mundo já deu as caras em um filme assim. Entre os Muros da Escola pega todos esses filmes e dá uma sova de verdade neles. Não tem nada de professor-bonzinho-como-um-anjo, nem alunos-que-aprendem-uma-grande-lição no fim. O professor François, na verdade, comete talvez o pecado mais comum entre os professores, e também o mais humano: ele se acha melhor que os alunos. Já os alunos têm aquela velha postura de achar que a escola não serve pra nada. Professor e alunos tentam, mas não se entendem. Poderia ser um documentário. Não há nenhuma lição a ser aprendida no fim. Há uma aluna que diz ao professor: "Não aprendi nada este ano". É de cortar o coração. Entre os Muros da Escola acontece todo dia, infelizmente.


09 >> Avatar
Pena das pessoas que não tiveram a chance de assistir Avatar num grandioso 3D de tela de cinema. Essa é a resposta filha-da-puta de James Cameron a todo mundo que acha que ir ao cinema já era, que todo filme pode ser baixado e apreciado em casa da mesma forma. Essa é a resposta filha-da-puta a quem achava que James Cameron nunca poderia se recuperar do sucesso planetário de Titanic. E essa também é uma declaração de amor de James Cameron ao cinema. À tecnologia. E à natureza, principalmente. É O Novo Mundo com um orçamento milionário, mas com o mesmo respeito à natureza. É um conceito praticamente impossível: o filme mais caro da história é também um filme que crê cegamente na inocência, e na pureza. Quando Neytiri diz, após a morte de um animal, "Isso é apenas triste. Não há o que agradecer", é ousadia pura, em pleno 2009. E James Cameron segue como o maior dos visionários dentre os diretores de ação.


08 >> 500 Dias Com Ela (500 Days of Summer)
500 Dias Com Ela pode até parecer uma espécie de "anti-comédia romântica", mas não é. Não é porque Summer (Zooey Deschanel) não acredita no amor que o filme vai na onda dela. 500 Dias é muito mais Tom (Joseph Gordon-Levitt) do que Summer; oras, até um número musical o filme tem! Só que o diferencial desta obra pra 99% das outras comédias românticas é que aqui, quando o casal briga, não é faltando 15 minutos para o fim do filme, e não há aquela certeza de que eles vão voltar a ficar juntos. Aqui são ditas verdades dolorosas. Aqui, a realidade destrói as expectativas (numa sequência das mais geniais, e das mais devastadoras). E aqui, para alegria dos românticos como eu, há a esperança de um futuro melhor. Mais uma vez destruindo a quase totalidade das comédias românticas, em 500 Dias Com Ela a idealização de uma pessoa é posta por terra. Sempre vem alguém depois. A gente sofre, mas tudo passa.


07 >> Amantes (Two Lovers)
Amantes me deu uma tremenda lição de humildade. Não o filme em si, mas as pessoas que eu conheço que assistiram. Após ver o filme, fui tomado por pensamentos pretensiosos do tipo "Poucas pessoas vão gostar desse filme como eu; é um filme muito peculiar". Quanta bobagem. Foi tanta gente me dizendo que tinha amado, que eu deixei de lado esses pensamentos. É um filme mais universal do que eu pensava. E ainda assim, o diretor James Gray constrói tudo de um modo bastante... pessoal. No filme anterior, Os Donos da Noite, Gray já inovava ao colocar uma história de amor totalmente crível no meio de duelos entre policiais e criminosos. Aqui ele continua trilhando uma carreira interessantíssima, fazendo filmes aparentemente sem grandes novidades. Temos um solitário (Joaquin Phoenix, a perfeição) e duas mulheres, ponto. Precisa mais? Não, quando se tem tamanha honestidade emocional como a registrada neste Amantes.


06 >> Up
O rato cozinheiro em 2007. O robô apaixonado em 2008. O velho com a casa de balões em 2009. A Pixar é como um relógio suíço: a cada ano, cria uma obra-prima do cinema. Up, mais leve e menos ousado que Wall-E, é todo aventura e diversão. Aliás, nem todo: os dez minutos iniciais (talvez os 10 minutos iniciais mais comentados do ano) passam do sublime ao tristíssimo - isso sem o uso de uma única palavra. Para o bem dos nossos corações, a partir daí o filme fica leve, delicioso, com a ajuda dos coadjuvantes mais fofos do ano. O garotinho Russell é uma das poucas crianças hiperativas do cinema realmente adoráveis; já Dug, o cão fiel, merece muito mais adjetivos do que simplesmente "adorável". E o que dizer de Alpha e sua voz... poderosa? A primeira fala dele equivale ao momento mais engraçado de todo o ano. É um grandíssimo elogio a Up o fato de que nem 1% da diversão se deve ao 3D. Que, por sinal, é magnífico.


05 >> Sinédoque, Nova York (Synechdoche, New York)
Eu queria muito saber com o que Charlie Kaufman sonha. Como é possível que alguém tenha uma imaginação tão insana, e ao mesmo tempo tão conectada a verdades universais do ser humano? Sinédoque, Nova York parece uma grande viagem (e é), mas também é um dos filmes mais dolorosos que vi em 2009. A odisséia de Caden Cotard (ainda estou pra ver Philip Seymour Hoffman em uma atuação abaixo do impecável) me levou a pensar sobre a solidão. Sobre o papel de cada um na vida de quem está em volta. Sobre - e isso é algo em que eu realmente acredito - como cada pessoa do mundo tem sempre algo interessante, pois cada pessoa é um mundo a ser descoberto. Pode ser que Sinédoque, Nova York tenha nascido da ansiedade de Kaufman pós-Brilho Eterno de uma Mente sem Lambranças: tanto Caden quanto Kaufman são reconhecidos por um prêmio importante (no caso de Kaufman, o Oscar) e precisam comprovar seu talento. Kaufman, o diretor, é tão talentoso quanto o roteirista. Isso é fato.


04 >> O Lutador (The Wrestler)
Onde Darren Aronofsky, o virtuoso por trás de Réquiem para um Sonho e Fonte da Vida deixa as pirotecnias de lado e põe foco nas emoções. Não que registrar emoções seja novidade na carreira do diretor; mas nunca antes ele havia realizado uma obra tão intimista. O Lutador é aquela velha história de "astro em decadência tenta dar a volta por cima" (e se essa premissa te dá arrepios, basta ver como o filme deturpa expectativas, principalmente nos 15 minutos finais). Claro, a grande história por trás do filme é o grande retorno de Mickey Rourke, e ele justifica todo o auê, todos os prêmios. Seu Randy não é um cara orgulhoso o suficiente pra não se desculpar, nem se humilha pra agradar os outros. O "problema" de Randy é que ele desaprendeu a lidar com a vida fora do ringue. Quando ele tenta reatar com a filha, o resultado é de cortar o coração. Por isso o final, que pode parecer a coisa mais triste do mundo, de certa forma é feliz. Ali temos um homem realizado, na medida do que a vida deixou.


03 >> O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married)
Esse foi o ano das irmãs em conflito? Tivemos duas duplas magníficas em 2009: uma em Há Tanto Tempo que te Amo, e as irmãs Rachel e Kym neste filme. Olha meu tema favorito aparecendo: família em conflito! Viva! Muita briga, muitas lágrimas, eventuais tapas na cara. O que coloca O Casamento de Rachel acima dos outros filmes com o mesmo tema é o tom documental que o diretor Jonathan Demme escolheu para contar a história. Parece um casamento de verdade, com discursos intermináveis, momentos embaraçosos e até mesmo uns bons 15 minutos só de música e gente dançando. O roteiro de Jenny Lumet é extremamente corajoso ao colocar a "rehabbed" Kym longe de ser um exemplo de humildade. Egoísta e imatura, ela insiste em ser o centro das atenções até mesmo durante o casamento da irmã. Anne Hathaway está um assombro. Assim como Rosemarie deWitt, perfeita como Rachel, que não aceita desaforos da irmã. No fim, nada se resolve muito. Mas a vida não se resolve em um casamento.


02 >> A Garota Ideal (Lars and the Real Girl)
Demorou dois anos para Lars e a "garota ideal" chegarem aos cinemas brasileiros. Mas eles chegaram, e me conquistaram pra sempre. Antes de eu ver um filme, um amigo me disse que esse filme era a minha cara. Ele disse: "O filme tem um senso de comunidade que você gosta". Depois que eu vi, entendi. Caramba, é um filme onde um cara começa a namorar uma boneca inflável. E toda a cidade, em vez de zombar dele ou mandar interná-lo, decide entrar na onda e aceitar o relacionamento. É ficção científica! E é um filme descaradamente otimista, que acredita na bondade do ser humano, na vontade de ajudar o próximo. O modo como Bianca (a boneca) é aceita pela comunidade me emocionou o tempo todo. Lars, Bianca e os amigos dançam ao som de "This Must Be The Place", do Talking Heads; nunca essa música foi tão bonita. Ryan Gosling é 100% comprometimento com Lars. E o filme é 100% comprometimento com sua proposta absurda. Absurda, magnífica, sensacional, apaixonante. Eu amo esse filme.


01 >> Distrito 9 (District 9)
Enquanto eu assistia esse filme, o pensamento dominante era: "Putz, que filme mais original!" Convenhamos: a ideia de colocar aliens segregados na África do Sul é coisa de gênio. Mas Distrito 9 é muito mais. O filme consegue a proeza de fazer com que o espectador se identifique com os aliens sujos, maltrapilhos e desprezados. Isso por meio de um protagonista dos mais sem graça, o "bom empregado" Wikus. Até certo momento do filme, nem suspeitava que ele fosse se tornar o protagonista do filme - ponto para o diretor e roteirista Neill Blomkamp, que me pegou de surpresa. Os rumos que Distrito 9 toma, por sinal, são surpreendentes (o que desagradou várias pessoas que eu conheço). No meu caso, fiquei grudado na poltrona o tempo todo. Seja enquanto posa de documentário, seja quando passa para o clima de "experiência de laboratório", seja quando descamba para cinema de ação, Distrito 9 nunca perde o rumo. Pode-se dizer que são vários filmes dentro de um, todos igualmente impactantes. E quando eu já estava achando que, pela primeira vez, um filme que eu elejo como "o melhor do ano", não vai me fazer chorar, chegam os três minutos finais e me deixam arrasado. Aquela cena final, sem uma palavra, nunca vai sair da minha cabeça. Aquele olhar final para a câmera já entrou pra minha história.

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